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História de Almeida




O território do Concelho de Almeida apresenta vestígios de presença humana desde o paleolítico, estando detectados alguns núcleos castrejos da Idade do Bronze e do Ferro, bem como informação clara sobre a presença romana e árabe. No que diz respeito à presença dos romanos foram encontrados inúmeros vestígios localizados no ‘enchido da Sarça’. Este local, também conhecido por sitio dos predigais, que fica situado a 1Km da vila para norte, foi onde se fixou a população, vindo a mudar-se, alguns séculos mais tarde para junto do castelo. De igual importância foi a ocupação árabe, que com o seu caracter produtor, tornaram as terras áridas num centro produtivo de agro-pecuária. Depois da ocupação árabe deu-se a reconquista cristã deste território no século XI e passou a ser uma zona castelhana.

 

Mas é no período medieval, com especial destaque para a época da formação da nacionalidade, que se estrutura a linha evolutiva caracterizadora do território em causa. Devendo-se esta evolução a dois factores fundamentais: a sua localização no limite fronteiriço do território português e a criação dos concelhos, como forma de garantir o povoamento da fronteira. O Rio Côa constituiu durante um largo período temporal o limite dessa mesma fronteira entre o Reino de Leão e o território português, até que em 1297, com a assinatura do tratado de Alcanices durante o reinado de D. Dinis, se integram definitivamente os territórios a Este do Rio Côa em Portugal. Este avanço da linha de fronteira vai condicionar o desenvolvimento futuro do território em causa, ganhando Almeida e Castelo Bom, uma importância estratégica predominante em detrimento de Castelo Mendo situado na margem esquerda do rio Côa.

 

O actual Concelho de Almeida concentra em si a base de três concelhos criados na Idade Média. Almeida recebeu a carta de foral em 1296, por D. Dinis e revogado em 1510 por D. Manuel I, Castelo Bom recebeu foral em 1296 pela mão do mesmo monarca, revogado também em 1510, Castelo Mendo já detinha foral desde 1229, por iniciativa do Rei D. Sancho II, confirmado depois por D. Dinis em 1281 e revogado em 1510. 

 

É após 1640 que começam as obras de fortificação moderna de traçado abaluartado, segundo concepção de Antoine Deville. Durante a guerra da Restauração foi considerada a verdadeira chave de segurança da província da Beira, sem que nunca o inimigo a conseguisse tomar. E a partir da batalha de 2 de Junho de 1663 passou a ser o grande baluarte português da defesa fronteiriça. Mas não para sempre, pois foi perdida durante a Guerra dos Sete Anos e só regressou à lusa pátria em 1763. 

 

Durante as invasões francesas, Almeida foi ocupada várias vezes. Em 26 de Agosto de 1810, as tropas francesas do general Massena apoderaram-se da fortaleza, depois de um cerco, durante o qual o castelo explodiu devido à imprudência de um soldado português que fez o paiol ir pelos ares. A guarnição capitulou, assinando os termos dessa capitulação perante o general francês na Casa da Guarda, às portas de S. Francisco.  

 

Em 1927, a praça perdeu definitivamente a actividade militar, com a partida do último esquadrão de cavalaria. Mas ficou Almeida com as suas muralhas, classificadas como monumento nacional, e as quatro portas de acesso à praça, abertas em túnel e abobadadas, sendo a de S. Francisco uma obra-prima de bom gosto. 

 

Existem ainda várias versões para origem do nome Almeida. Mas o que todos concordam é que o nome é de origem árabe. Uns referem que vem do árabe Al Mêda e que significa ‘a mesa’, pelo facto da povoação se encontrar situada num vasto planalto, no planalto das mesas. Há também quem afirme que vem do árabe Atmeidan que significa campo ou lugar de corrida de cavalos. Frei Bernardo de Brito, natural de Almeida e cronista-mor do reino, afirma derivar, Almeida, da configuração do terreno em que a vila se encontra edificada e cujo nome original é Talmeyda. A lenda diz que a sua origem vem de uma mesa cravejada de pedras preciosas que em tempos existiu naquele lugar. De tantas versões o que parece correcto é que o termo Almeida tem a sua origem árabe, dado que o prefixo “Al” é dessa proveniência.

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